Pariká

Orangotango: o sorvete que é a cara da Chapada dos Veadeiros

Por Jaime Gesisky

Vamos aqui inverter a ordem e começar pela sobremesa.

Isso mesmo. A doçura vem primeiro nesta série de posts sobre a gastronomia na Chapada dos Veadeiros.

E quero falar hoje sobre uma das melhores experiências que tive quando cheguei aqui em 2019 para começar a desenvolver o projeto da Pariká – Pousada e Bistrô.

Numa tarde quente de dezembro, dei a sorte de pedir um sorvete no Café com Graça. Dono do lugar, Márcio Ramos não titubeou. Sabendo do meu interesse pela gastronomia perguntou seu eu conhecia os sorvetes da Orangotango. Não conhecia.

Foi amor à primeira colherada. Lembro-me de que tomei um de baunilha do Cerrado, que vim a saber, foi um dos primeiros sabores criados pela chef sorveteira Isa Otoni.

Ela havia chegado à Chapada dos Veadeiros um ano antes, em 2018, depois de fazer escala no D.O.M., no Maní, onde mergulhou nos doces mistérios do sorvete. Passou pela Cordon Bleu.

Saiu de São Paulo e aterrissou em São Jorge, uma vila a cerca de 30 Km de Alto Paraíso de Goiás. Comprou uma máquina caseira para fazer os primeiros sorvetes. Passou por lanchonetes e cafés.

Logo sacou que tinha de criar uma alternativa aos sorvetes industrializados: bingo!

Nascia a Orangotango Sorvetes. O nome é engraçado, sonoro. Foi o que ela preferiu para traduzir sua marca que traz na estampa um simpático macaquinho – fofo.

Os primeiros sabores da Orangotango foram o de baunilha do Cerrado, abacaxi, limão com capim santo, melancia com hortelã, chocolate com ou sem leite.

 Logo os pedidos aumentaram. O maquinário também. O sucesso veio junto.

Hoje, Isa Otoni tem no seu caderno de receitas pelo menos 38 sabores diferentes, incluindo os clássicos sorvetes ao leite e os sorbês e sherbets – que atendem à tribo vegana. Uma das últimas criações é o sherbet de coco e recheio de cocada: um delírio.

Comida de verdade

Na opinião da criadora do Orangotango, o público que frequenta a Chapada dos Veadeiros anda cada vez mais exigente, buscando sabores mais sofisticados, mais naturais, com pouco açúcar e muita fruta.

Ela conta que busca preferencialmente fornecedores locais para comprar os produtos e desenvolver seu laboratório de sabores, como é o caso do leite, das geleias, frutos e castanhas usados nas preparações.

E a moça não para. Segue em suas investigações, sempre com novidades e antenada nas preciosidades que o Cerrado oferece. Assim, vai ajudando a refrescar nossa experiência.

E sim, ela acha que a gastronomia aqui na Chapada dos Veadeiros está adquirindo novas feições. E sem dúvida, a Orangotango está ajudando a dar uma nova cara à gastronomia local.

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